09 março 2011

Chic Chicago - parte 2

Entre 2008 e 2009, o museu de História de Chicago realizou uma exposição chamada "Chic Chicago: Couture Treasures from the Chicago History Museum" que estivera, em 2007, no FIT de Nova Yorque.
(Continuação)

1937 - Elsa Schiaparelli
Conjunto para noite, França
Usado pela Sra. Charles B. Goodspeed (Elizabeth B. Fuller)



Nascida na Itália, Elsa Schiaparelli (1890 – 1973) foi uma das designers mais famosas em Paris durante os anos 30. Foi profundamente influenciada pelo movimento surrealista e acreditava que moda era uma arte.  Trabalhou em conjunto com artistas como Salvador Dali, Jean Cocteau e Alberto Giacometti.
Jean Cocteau foi o responsável pelo engenhoso desenho desta jaqueta e a sua assinatura bordada pode ser vista na barra.
É um objeto muito raro, só se sabe da existência de três exemplares.


1937 - Jeanne Lanvin
Vestido de noite

Jeanne Lanvin era conhecida por sua forma lúdica de usar bordados e chamava este de "vestido carpa" em função do tema aquático e da  carpa em paetês bordada perto do joelho.
Infelizmente, a linha usada para bordar à mão cada paetê estava quebrando.
Em decorrência desse problema, o vestido foi retirado da exposição aguardando o restauro. 










 
1938 - Madeleine Vionnet
Chiffon cinza, strass e contas prateadas.

Foi usado pela Sra. Potter Palmer II (Pauline Kohlsaat) quando apresentada à Rainha da Inglaterra em 1938.
As regras da Corte ditavam cada detalhe do vestido, incluindo comprimento da saia, escolha das cores, estilo e bordados.







As apresentações à Corte se tornaram menos formais depois da Segunda Guerra Mundial e foram abolidas em 1958.






Madeleine Vionnet (1876 – 1975) é muito conhecida por utilizar o corte enviezado, que resultava em vestidos que valorizavam o corpo.
Vionnet afirmava ter sido ela a abolir o espartilho em 1907 – antes de Poiret e Chanel.
Sua maison fechou em 1939, mas a marca foi  recentemente relançada.





1938 - Mainbocher
Vestido de noite, França
Doado pela Sra. A. Watson Armour III

Main Rousseau Bocher (1891-1976) nasceu em Chicago e se tornou um ilustrador de moda da Harper’s Bazaar e, em seguida, editor da Vogue francesa.
Em homenagem aos designers Louiseboulanger e Augustabernard, a quem ele admirava muito, mudou seu nome utilizando a sonoridade francesa Mainbocher em 1929, quando ele se tornou o primeiro americano a abrir sua própria maison de costura em Paris.

Seu sucesso foi imediato, especialmente entre as mulheres americanas como Wallis Simpson, que usou um vestido de Mainbocher quando se casou com o Duque de Windsor.

O estilo de Mainbocher era clássico, conservador, mas sempre elegante e extremamente caro.
“Ele não somente fazia uma mulher parecer uma dama, mas como se sua mãe tivesse sido uma dama também,” declarou a editora de moda Sally Kirkland.
As roupas de Mainbocher se caracterizavam pelo uso de materiais de luxo e fino trabalho de mão, e eram cuidadosamente acabados dos dois lados, externo e interno.
Ele não gostava dos exageros de Schiaparelli, mas admirava Vionnet, que influenciou seus desenhos.

Mainbocher resumiu sua própria filosofia: “O caimento de uma roupa é o segredo de se estar bem-vestido".

1950 - Madame Grès
vestido de tarde e jaqueta
Lã cinza, França
usado por sua doadora, Sra. Walter Paepcke (Elizabeth Nitze).

Germaine Emilie Krebs (1903 – 1993) começou sua carreira sob o nome de “Alix Barton” e somente se tornou conhecida como Madame Grès após 1942.
Sua fama vem da perfeição e arte em preguear e drapear, sendo uma grande escultora da moda.





1954 - Christian Dior
cocktail dress, France

Christian Dior (1905 – 1957) foi um dos mais proeminentes criadores de moda do século XX.
Em 1947, sua primeira coleção, "the New Look", transformou a forma em moda, utilizando uma silhueta nostálgica e ultra-feminina.

Dior foi o instrumento para recolocar Paris como a capital do mundo da moda após a Segunda Guerra Mundial.

Após sua morte, 1957, Yves Saint Laurent se tornou designer em sua maison, seguido por Marc Bohan, Gianfranco Ferré e, atualmente, John Galliano.

Este vestido veio da famosa coleção linha H de outono/inverno de 1954, que enfatizou um longo e fico corpo de bailarina.
Apropriadamente, ele foi vestido pela dançarina e coreografa Ruth Page, que doou mais de 250 items ao museu, incluindo 13 vestidos de alta-costura de Dior.


"Butterfly" (Borboleta)
1954 - Charles James
Este vestido foi feito com cerca de 23 metros de pele de seda e tule de nylon e pesa quase 8 quilos.
Pertencia à Sra. John V. Farwell III.

É uma versão do original, que fora desenhado para a esposa de William Randolph Hearst Jr. pelo preço de US$1,250.
Só se sabe da existência de cinco exemplares.




(Só como curiosidade, o Sr. Hearst foi a inspiração para Orson Wells fazer o célebre filme "Cidadão Kane" e, também, em conseqüência do filme, o responsável por atrapalhar a carreira do mais brilhante cineasta americano ...  (os outros do mesmo nível, também maravilhosos, não são americanos - Chaplin e Hitchcock são ingleses, Capra é italiano, Billy Wilder austríaco, etc.))

Charles James (1906-1978) nasceu em Londres, mas começou começou a desenhar vestidos com um grande toque escultural após se mudar para Nova Iorque.
“Charles James não é só o grande costureiro americano, mas o maior do mundo que transformou a criação de vestidos em pura arte,” declarou o grande costureiro espanhol Cristóbal Balenciaga.

O museu tem mais de uma dúzia de vestidos de Charles James, muitos doados logo após o seu primeiro uso, provavelmente porque eram muito difíceis de guardar.


1976 - Halston
Vestido de noite, EUA
Jersey de seda

Nascido em Des Moines, Iowa, Roy Halston Frowick  chegou a Chicago para cursar a Escola do Instituto de Arte (School of the Art Institute).

Ele abriu um atelier milionário no começo dos anos 50 e, posteriomente, se mudou para Nova Iorque para lançar sua carreira de estilista.
Halston logo se tornou conhecido pelo seu desenho clássico em jersey de seda e Ultrasuede.






1955 - Cristobal Balenciaga
Vestido de noite e jaqueta, França.
Cetim de seda rosa, renda preta e contas de vidro.

É dito de Balenciaga que ele vestiu “everybody who is somebody” (todo mundo que é alguém) – da Duquesa de Windsor a Barbara Hutton.
O uso do preto era uma de suas características, tendo-se inspirado na forma de vestir da aristocracia espanhola durante a época de Velasquez.
Clare Booth Luce  foi senadora dos EUA, comprou este vestido em 1955 e o usou na Itália quando servia como embaixadora.



1961 - Cristobal Balenciaga
Vestido de noite com bolero - França
Usado por sua doadora, Sra, George Connor
Nascido na Espanha,  Cristobal Balenciaga (1895-1972)  abriu sua maison em 1937.
Um dos grandes inovadores da moda, ele alterou a silhueta com desenhos como o vestido saco.
Se aposentou em 1968. Em 1997, Nicolas Ghesquière, que já trabalhara com Jean Paul Gautier se tornou diretor de criação da grife Balenciaga que, hoje, faz parte do grupo Gucci.

O trabalho de Balenciaga é caracterizado por uma grande ênfase na forma tridimensional.
Este vestido abstrato, por exemplo, é feito de um de seus materiais favoritos, gazar de seda, que tem textura, espessura e o peso que ele desejava.


1992 - Comme des Garçons
Vestido conversível. 
Tecido quadriculado, misto de algodão, lã e nylon

Apesar de não possuir uma formação formal em moda, Rei Kawakubo revolucionou a moda nos anos 80.
Sua empresa, Comme des Garçons, é considerada como a que lançou a onda da moda japonesa.
O desing da Comme des Garçons normalmente expande os limites dos vestidos aceitáveis.
Esta peça conversível é feita de duas peças separadas unidas pela bainha, uma camisa longa abotoada e uma jaqueta curta que forma uma cauda.

A jaqueta pode ser usada sobre a camisa, transformando-a em uma peça mais curta, balonê.



As versões originais, em inglês, estão em
http://www.flickr.com/photos/chicagohistory/sets/72157605179634610/
e
http://www3.fitnyc.edu/museum/chicchicago/intro.htm

2 comentários:

  1. OI Mom,

    Vim retribuir e agradecer sua visitinha.
    Respondendo a sua pergunta lá no blog, eu não sei como a Carmen me achou, mas sou seguidora dela faz um tempinho.

    Beijo grande.

    ResponderExcluir
  2. Ainda sobre Vionnet, foi editado um livro em Inglês e Japonês com a modelagem de alguns dos seus modelos mais emblemáticos. Não tenho o livro (embora esteja na minha lista para comprar) mas vi algumas das suas páginas na internet. Um vestido aparentemente simples, quando analisado em forma de molde, revela o génio da sua criadora, que embora não tenha atingido a fama de outros, foi a percursora de muitos designers, que escolhem modelos artisticamente drapeados em oposição a cortes mais estruturados da escola de alfaiataria.

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