30 março 2011

Costanza Pascolato

Esses dias, Costanza apareceu com destaque em dois dos mais badalados blogs de moda do mundo:
The Sartorialist  (nos EUA) e  Garance Doré (na França).

E para a gente que tem mania de só falar dos estrangeiros, como se os nossos nada fossem, é um momento para parar e reavaliar a situação.

28 março 2011

As Roupas e a Bíblia (9)

(Ainda com a história de José)

Bom, depois da mentira da mulher, José foi preso e na prisão ele explica os sonhos de dois homens. Um deles é solto e volta a trabalhar servindo o Faraó.  Só se lembra de José muito tempo depois, quando o Faraó tem um sonho.

Então, Faraó mandou chamar a José, e o fizeram sair à pressa da masmorra; ele se barbeou, mudou de roupa e foi apresentar-se a Faraó. (Gênesis 41:14)

Ele explica também o sonho do Faraó (aquele bem conhecido das 7 vacas gordas e 7 vacas magras, com a repetição das espigas de trigo) e dá, ainda, a solução do problema, com a criação de estoques para o período de fome que viria.
Faraó o nomeia como uma espécie de primeiro-ministro, colocando-o sobre todo o Egito.


Então, tirou Faraó o seu anel de sinete da mão e o pôs na mão de José, fê-lo vestir roupas de linho fino e lhe pôs ao pescoço um colar de ouro.   E fê-lo subir ao seu segundo carro, e clamavam diante dele: Inclinai-vos! Desse modo, o constituiu sobre toda a terra do Egito.  (Gênesis 41:42-43)

Nessa história, cada mudança de roupa representa uma mudança na vida de José.
A primeira, marca a passagem da prisão para a liberdade e a segunda, de escravo para a posição de mais honra que ele poderia ter.

A história também mostra que as roupas indicam a importância de quem veste mas também daquele perante quem a pessoa se apresenta, já que José não poderia se apresentar ao Faraó com roupas da prisão, pois seria uma afronta.

Igualmente, não poderia exercer uma função de alta importância vestido como um homem comum. A roupa exerce um papel de distinguir, hierarquicamente, a pessoa que a veste.

Por tais motivos, quando se faz uma visita ou quando se vai a uma festa, a qualidade e cuidado com que uma pessoa escolhe uma roupa mostra a importância que dá ao evento e aos anfitriões.  Igualmente importante é a escolha da roupa para o local de trabalho.


26 março 2011

Etiquetas

Se há uma coisa com a qual eu tenho birra é etiqueta de roupa.

Gente, por que motivo fabricam as benditas das etiquetas de um material que dá alergia?
E as etiquetas das marcas que são bordadas com um fio metalizado áspero que são colocadas justamente na nuca, onde a pele da gente é fininha?  Quem merece aquilo?

23 março 2011

Clusters - 3

Hoje mostro todos os demais looks, e aproveito para fazer dois pequenos destaques:

Nessas variações, estão a mesma saia e blusa, só mudam os acessórios. Não é incrível?
Com peças básicas e bons acessórios a gente pode fazer mágica!

Outros exemplos em que a mudança se deve somente aos acessórios:

22 março 2011

Clusters - 2

No post anterior, eu mostrei 8 peças de roupa e 7 acessórios, além de sapatos e bolsa fixos.
Voltei à infância e fiquei brincando de vestir uma boneca e montei......... mais de 40 looks!
Daria para umas 5 semanas sem repetir exatamente a roupa.
E olhe que a bonequinha do looklet não tinha diferenças de penteado...
Nem pude amarrar os lenços de formas diferentes, ou seja, na alça da bolsa, em um rabo de cavalo, na cintura..... etc.

21 março 2011

Clusters - 1

Todo mundo passa (ou já passou) pela experiência de ter muitas roupas no armário que não usa, mesmo sendo lindas.

A questão normalmente é que a gente compra peças por sua beleza individual, sem pensar em como e com que vão ser usadas.

O resultado é que elas não combinam com as outras que a gente já tem e vão se amontoando ...até que a gente faz uma limpa e elas vão embora praticamente novas.

19 março 2011

Camisetas e o cinema...

Em 1934, Clark Gable estrelou um de seus grandes sucessos:  "Aconteceu naquela noite - It happened one night" com Claudette Colbert.

Até então, os homens costumavam usar, sob a camisa, uma camiseta sem mangas.  Preservava a camisa principal do suor e velava uma eventual transparência.

17 março 2011

Maison Worth

Após a morte de Charles Worth (1895), sua Maison continuou a funcionar com seus descendentes.

A marca, hoje em dia, pertence a um empresário indiano e, recentemente, voltou à atividade.

15 março 2011

Robe

Em francês, a palavra correspondente ao nosso "vestido" é robe.
Origina-se da palavra germânica "rauba" ou "rauben", que significa "despojo", ou seja um conjunto de bens de valor tomado em uma batalha.   O sentido da palavra se transformou com o tempo, vindo a significar o conjunto de vestimentas de uma pessoa.
É interessante porque mostra como as roupas tinham um valor específico, a ponto de serem tão cobiçadas.


Em  português a palavra veio dar em "roubo" e é no que a gente pensa quando vê o preço das roupas em  determinadas lojas...

14 março 2011

Forros

Navegar pela internet é complicado, porque às vezes a gente acha algo muito interessante e, dois dias após, não se lembra mais onde foi...

Assim, com o blog, tento guardar os links para poder voltar quando quiser.

12 março 2011

Estampas - 1

A estamparia é um processo de transferência de cor apenas na face do tecido, de forma repetitiva.

Enfatizo a expressão repetitiva, porque a pintura direta sobre um tecido, embora seja uma decoração, é única, e, portanto, muito difícil de repetir mantendo um padrão, ainda mais se pensarmos em grandes quantidades de tecido.

11 março 2011

As Roupas e a Bíblia (8)

Continuando a história de José ...

Bem, José fora vendido como escravo por seus irmãos a uma caravana.  Esta caravana o levou até o Egito, onde foi novamente vendido a um homem chamado Potifar.

José, no entanto, era bom trabalhador e Deus abençoava tudo o que ele fazia.
Potifar, então, foi deixando todos os seus negócios nas mãos de José.

09 março 2011

Chic Chicago - parte 2

Entre 2008 e 2009, o museu de História de Chicago realizou uma exposição chamada "Chic Chicago: Couture Treasures from the Chicago History Museum" que estivera, em 2007, no FIT de Nova Yorque.
(Continuação)

1937 - Elsa Schiaparelli
Conjunto para noite, França
Usado pela Sra. Charles B. Goodspeed (Elizabeth B. Fuller)

08 março 2011

Gosto Disso! - Vestido preto



http://www.shopnastygal.com/products/Blackout-Batwing-Dress.html

Gostei muito deste panejamento das mangas.
É um vestido sem mangas que ajuda a disfarçar a flacidez dos braços (para as mais gordinhas ou um pouquinho mais maduras).

05 março 2011

Espelhos

Existe alguma coisa mais ingrata que um espelho?


A gente o trata bem, o mantém sempre limpinho, 
assim que acorda, passa para ver como ele está, 
sorri para ele.

Durante o dia, faz várias visitas e consultas, pedindo sua opinião sobre o penteado, a roupa, o sapato, 
se os brincos combinam com o todo, 
sobre a cor do batom, se a maquiagem de um olho está igual à do outro, se o traço do lápis ficou certo, 
pede ajuda para arrumar as sobrancelhas...

Ou seja, o trata como se fosse alguém da família, ou, melhor: um amigo muito querido e íntimo.


E o que esse ingrato faz?


Avisa que você ficou mais velha!!!!!
Pois é,  46.
Com certeza, 
meu espelho já confirmou essa manhã...



04 março 2011

Roupas no cinema - Indiscreta

(Indiscreet)
Filme de 1958

Aqui, vamos falar somente do figurino. Sobre a minha opinião sobre o filme veja no outro blog.

Nos créditos do filme, há menção às peles usadas, às jóias e ao guarda-roupa de Cary Grant, mas nenhuma indicação sobre as roupas de Ingrid Bergman.
No entanto, parece que (segundo o IMDB) os vestidos seriam de Dior, amigo pessoal da atriz.


No primeiro encontro, ela usa um vestido preto e verde fechado, com saia ampla e cinto largo, acompanhado de um chapéu de plumas e estola no tecido preto com as bordas em verde.





Quando saem para ir ao balé, ela usa um vestido  estampado de preto em fundo branco, com casaco no mesmo tecido, arrematado com pele em toda a borda.










(Do vestido eu gostei, mas o casaco ficou um pouco demais. Muita estampa junta.)



No dia seguinte, ao preparar o café da manhã, ela usa calça branca e camisa azul claro, com gola mao e mangas 3/4.

Na rua, com a irmã, casaco de pele marrom e lenço bege.











Na cena em que aparece no teatro, atuando, ela usa o vestido mais bonito do filme na minha opinião, que, infelizmente, é mostrado somente à distância: Branco com alças largas, saia seguindo o corpo, com babados pouco volumosos e, parece, do pouco que se vê, um pouco de cauda:


Quando recebe o quadro de presente, vemos outro casaco de peles, com estampa de leopardo e uma echarpe cinza/bege:




Tentando alugar o iate, um tailleur e sapatos marrons acompanhados de blusa, chapéu, luvas e bolsa beges.  Estávamos no final dos anos 50 e, curiosamente, a bolsa não acompanhava os sapatos.  

Na festa de Natal, um vestido estampado com flores vermelhas, saia ampla e mangas 3/4.
Esse vestido é a prova de que a roupa depende da pessoa que a vai usar.  A estampa me parece pavorosa, mas nela tudo cai bem, é incrível. 

O uso exagerado da cor é bem de época, afinal as produtoras usavam uma tecnologia nova (technicolor), mais cara e tinham que aproveitá-la...

O engraçado deste vestido é que nas fotos de publicidade, ele aparece assim (embora também não seja bom, eu gosto mais desse colorido):


Mais duas roupas de casa:
Um sweater de lã creme  sobre blusa de malha da mesma cor  (não lembro se a parte de baixo era saia ou calça)
e um robe café-com-leite de poás mais claros e acabamentos em cetim.
Na realidade, ela aparece de robe várias vezes no filme. Um azul, no início, e dois claros, um na famosa cena do telefone na cama e outro quase no final. 







Finalmente, o vestido do baile, em uma estampa com dois tons de dourado, corpo transpassado e levemente drapeado, de alças largas e saia ampla, acompanhado de estola do mesmo tecido e luvas também douradas, no tom mais fechado.











Na cena final, um vestido rosa, também de mangas 3/4, saia longa seguindo o contorno do corpo, bem acinturado, com larga gola armada (de organdi ?) e distante do colo.





Como curiosidade, duas fotos de bastidores:




E uma, justamente, da prova do figurino:

03 março 2011

Desenho Técnico de Roupa Feminina

Desenho Técnico de Roupa Feminina
Adriana Sampaio Leite / Marta Delgado Velloso (2006)
Senac (158 pág.)

Belo livro.
Não se destina a mim, já que não tenho grande pendor para o desenho,  mas é muito bem feito.



Karl Lagerfeld

Os estilistas costumam fazer desenhos artísticos, mostrando como a roupa deve funcionar no corpo. Aí, privilegiam o movimento do tecido, o caimento, etc.


Donna Karan



Conforme a pessoa que os desenha, podem ser mais claros ou somente mostrar a idéia geral.



Só que para chegarem a virar uma roupa pronta, estes croquis devem ser interpretados por profissionais especializados (veja este belo filme em outro post) que os transformam em moldes para a costura em si.




No entanto, quando as roupas são industrializadas, é preciso um detalhamento mais preciso (já que muitas vezes uma roupa desenhada em um país é cortada em outro e costurada em um terceiro, por várias confecções diferentes),  para que todos os profissionais envolvidos saibam o que se está produzindo e para que se mantenha um padrão de qualidade, ou seja, o desenho técnico de que trata esse livro.


Como já disse, o livro é interessante até para quem não pretende desenhar, já que apresenta uma grande variedade de modelos de golas, mangas, recortes, golas, pences, etc.

01 março 2011

O Rio de Janeiro faz aniversário!


Parabéns por esses 446 MARAVILHOSOS anos!

As Roupas e a Bíblia (7)

Continuando a história anterior...
Conseqüentemente, José, filho da mulher amada, muito esperado, era o favorito de Jacó.

Ora, Israel amava mais a José que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica talar de mangas compridas.  (em algumas traduções encontra-se:  fez-lhe uma túnica de várias cores).
Gênesis 37:3

Aqui a gente pede uma ajudazinha ao Prof. Aurélio:  talar é roupa que desce até o talão, ou seja, o tornozelo.
Quer dizer:  José fez uma roupa comprida para o filho, provavalmente de boa qualidade.  Em algumas traduções há indicação de que teria várias cores, a demonstrar a riqueza do trabalho e o conseqüente valor da roupa, (ver posts anteriores sobre tecnologia e tinturaria).

Essa roupa foi apenas uma das formas pelas quais o pai demonstrou sua preferência pelo filho, deixando em ciúmes os demais irmãos que, em uma determinada ocasião, pensaram em matar José.  Salvo da morte pelos irmãos mais velhos Rubens e Judá, José, no entanto, foi vendido como escravo a uma caravana.

Os irmãos pegaram a roupa, mancharam-na com sangue de um carneiro e a mandaram ao pai que, ao ver a roupa do filho ensanguentada, indicando sua morte, rasga as suas próprias e se veste com roupas de tecido grosseiro (agressivo à pele), indicando sua tristeza e a impossibilidade de se sentir confortável.


E enviaram a túnica talar de mangas compridas, fizeram-na levar a seu pai e lhe disseram: Achamos isto; vê se é ou não a túnica de teu filho.   Ele a reconheceu e disse: É a túnica de meu filho; um animal selvagem o terá comido, certamente José foi despedaçado.   Então, Jacó rasgou as suas vestes, e se cingiu de pano de saco, e lamentou o filho por muitos dias.   Gênesis 37:32-34

Nesta história, a roupa é personagem atuante.
Pela roupa, o pai demonstra seu amor ao filho.
Em decorrência dela, os irmãos ficam enciumados.
A roupa representa, ainda, o seu proprietário.

Finalmente, ao rasgar as roupas e trocá-las por outras, de má qualidade, Jacó expressa seu estado de profundo desconsolo.
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