Manteve uma maison de moda de grande sucesso, no nº 21 da famosa rue de La Paix, centro da moda em Paris até hoje, sinônimo de luxo e sofisticação.
Nesse endereço, que originalmente possuía o nº 17, seus avós mantinham uma loja de lingerie, como se vê da fatura acima, referente a uma compra feita em 1849, pelo então presidente da República, Louis-Napoléon Bonaparte.
Jacques a transformou em uma maison de moda.
1902 |
Fazia os vestidos principalmente em tecidos fluidos, em cores pastel, ornados com muitos bordados e sobreposição de rendas.
detalhe do bordado |
Suas criações agradaram muito e ele vestiu todas as mulheres de destaque da época: Réjane, Sarah Bernhardt, Liane de Pougy, Suzanne Avril e la Belle Otéro.
O sucesso foi tanto que recebeu um pavilhão especial na feira internacional de 1900 (esquerda).
Pintura representando uma cliente saindo da Maison Doucet |
Seu interesse maior, no entanto, estava nas artes em geral e, com o sucesso de sua maison, investiu na compra de obras de arte e de manuscritos de literatura.
Este hábito indica que Doucet recolhia documentos, estampas, fotografias, não importando a época ou lugar de origem, como forma de tentar compreender os segredos da criação artística.
Se dedicou à arte do século XVIII e aos modernos, formando também uma imensa biblioteca de história da arte, que veio a ser a maior componente da Bibliothèque INHA que ele ofereceu em 1917 à Université de Paris e para o Musée Angladon.
Seguindo os conselhos do escritor André Breton, comprou em 12/12/1924 a obra de Picasso "Les Demoiselles d'Avignon", por 25.000 francos, em parcelas mensais de 2.000 francos, considerada como um dos quadros mais importantes da história da pintura.
Assim, em face de sua dedicação a outros assuntos, deu espaço em seu atelier para novos criadores, como Poiret e Vionnet que lá trabalharam antes de abrirem suas próprias maisons.
E, também, Doeuillet que manteve a maison após sua morte.
1890 |
Poiret, em seu livro "En Habillant L'Époque" descreve o início de seu trabalho com Doucet:
"(...) em 1896 (...) Eu me vejo ainda com meu pai entrando pela porta de Monsieur Doucet
(...) e me lembro qual impressão magnífica me produziu o meu novo mestre. Ele era perfeitamente belo e elegante, extremamente cuidado (...)
1898 |
1898 |
1905 |
Na maison Doucet, se criava modelos novos a cada semana."
(tradução minha, livre, a partir do original francês, edição Grasset de 1986)
1920 |
O seu site é maravilhoso, estou pesquisando sobre moda da Belle Époque e vou citá-lo no meu, amei!!!
ResponderExcluirbjs,
Marie