26 junho 2011

Flor do Deserto 2

Continuação...

Muito bem, o primeiro motivo de falar sobre esse filme era que se desenrola com um pano de fundo da moda.
E o segundo é por tratar da mulher no mundo e, mais do que isso, é sobre o que é ser mulher.

Waris Dirie, a modelo que escreveu o livro sobre o qual se baseou o filme, sofreu a chamada "circuncisão feminina" e se envolveu em uma luta contra essa prática, sendo convidada pela ONU como embaixadora especial desta questão. 



Em muitos lugares da África, as meninas são sexualmente mutiladas.  O tamanho da mutilação varia conforme a região, de umas, retiram apenas o clitóris,  mas algumas são totalmente cortadas e costuradas de forma que resta somente um pequeno furinho para permitir a saída de urina e da menstruação.  Quando casam, o marido as corta novamente com uma faca ou navalha.

O procedimento é feito por mulheres mais velhas, sem nenhuma condição de higiene. Muitas meninas morrem de hemorragia, outras de infecção e por diversos problemas decorrentes dessa prática hedionda.

O filme mostra o momento em que Waris faz seu discurso na ONU.  Não sei se o texto foi fiel ao original, mas me chamou atenção o trecho:


"Quando era criança eu dizia que não queria ser mulher.
Por que, se é tão doloroso e tão triste?
Agora que sou adulta, tenho orgulho de ser quem eu sou.
Mas pelo bem de todos nós, vamos tentar mudar o que significa ser uma mulher."


Lyia Kebede e Waris Dirie (a atriz e a personagem)
O quê, afinal, significa ser mulher?  Nesse blog e em muitos outros blogs que visito, falamos de roupa, de produtos de beleza, etc.  Isso faz parte, sem dúvida.  Em nossa cultura nós não andamos nuas, portanto, precisamos de roupas e buscamos que estas sejam bonitas e de boa qualidade.
Mas não somos só isso.

Hoje em dia fala-se muito em estilo pessoal, em mostrar, através da roupa, a personalidade da pessoa que a veste.  Então é preciso que cultivemos uma real personalidade, que nos preocupemos com o que temos por dentro, que as roupas e enfeites sirvam apenas para acentuar os nossos inúmeros dons e qualidades, senão viraremos apenas cabides ambulantes, fantasiados de mulheres.

A agressão que essas mulheres sofreram é absurda, especialmente porque ela é perpetrada por outras mulheres. As mães, mulheres,  levam suas filhas, mulheres, às "cortadoras", também mulheres.

Mas essa não é a única agressão. Quantas outras nós sofremos?
Quantas dores e rigores impomos a  nós mesmas?

Isso, até em coisas bobas, como roupas apertadas, sapatos altíssimos e estreitos que provocam deformidades nos pés, depilações dolorosas, etc., etc., etc.?

Afinal, o que é ser mulher?

2 comentários:

  1. Que interessante a historia dela foi super corasoja , bem o problema cultural sobre esse tipo de pratica mas não só dessa como vc mesmo escreveu tem pequenas torturas que nós mulheres (indepentemente do local a onde vive) nos nos permitinos fisicas e psicologicas.
    Procuro ser uma garota com opinião e personalidade acho que ser mulher é ter conteudo coragem vivacidade sem perder a feminilidade

    Beijos querida

    http://soumagarota23.blogspot.com

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  2. I have read that book; it is shocking and amazing... a truly brave story.

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