Boué Soeurs

Baronne Jeanne d'Etreillis e seus filhos em 1913 (2)

Boué Soeurs

Maison francesa fundada em 1899 por duas irmãs, usando o sobrenome de solteiras:  Sylvie Montegut (1880) e Baronne Jeanne d'Etreillis. (1881)

Não achei foto da Sylvie....

Em 1922, Jeanne declarou em um artigo da revista "Arts & Decoration":

"Desde nossa infância Mme Montegut e eu adoramos a beleza: nosso desejo primeiro tomou forma ao colecionar fitas, sedas macias, todos materiais de luxo, flores, laços - tudo que expressasse beleza, em forma ou cor. Nós começamos a vestir nossas bonecas na moda corrente e depois encontramos uma saída para nosso amor pela beleza ao criar nossas próprias roupas." (1)


Em 1899 abriram a loja no nº 9, Rue de la Paix, em Paris.
Nestes cartões postais, podemos ver os salões por dentro e uma imagem da entrada com as trabalhadoras da maison. (2)

Tiveram problemas trabalhistas em 1902 na França, sendo obrigadas a pagar multas referentes a 31 funcionárias.... (3)




1904 (4):

1909: (4)

 

 

1910 (3)

Parece que as irmãs adquiriam inspiração nos museus europeus estudando os detalhes das roupas dos quadros dos grandes mestres.

1913

Sylvie cuidava da parte criativa e Jeanne das vendas. O marido de Sylvie, o cantor lírico, baixo, Philippe Montégut ajudava como gerente financeiro.

Jeanne teria afirmado que “ficavam contentes somente quando conseguiam conceber um vestido que fosse novo em design e, ao mesmo tempo, que expressasse sua própria individualidade."



1914 (3):

Tiveram lojas no Cairo, Bucarest e Londres.
Em 1914 abriram uma em Nova Iorque (13, West 56th Street).


Lá voltaram a ter problemas com as leis trabalhistas, agora sob o argumento de que as desconheciam, e foram novamente condenadas ao pagamento de multas. (3)



Em 1922 lançaram o perfume: "Quand les Fleurs Rêvent" (Quando as flores sonham).


Com o fim do uso dos espartilhos, começou todo um interesse pela nova lingerie e as irmãs Boué souberam aproveitar esse nicho de negócios.
(4/5/6)

Em um artigo publicado em junho de 1922 na revista americana "Arts and Decoration" (2), Jeanne contou que, não tendo encontrado os materiais com que sonhavam, passaram a produzir os próprios, mencionando organdis e linhos finos e transparentes, além das rendas e bordados.

MET (7)

"Um modelo é desenhado, criticado, re-arranjado e redesenhado sob a supervisão pessoal das damas Boué.  Quando finalmente aprovado é logo realizado e esperimentado em uma modelo viva (...)

O trabalho de produção é feito por milhares de moças nas cidades das distantes montanhas da França. (...) Cada local de trabalho é controlado por uma artesã experimentada (...) Cada camponesa é treinada para uma tarefa específica. 
(...) O toque final é dado com nossas inimitáveis flores artificiais, a excepcional marca das Boué Soeurs."





1923: (10)

Tafetá adamascado rosa e organdi cinza claro bordado em algodão e rosas de seda.
A sobressaia tem um grande franzido nas laterais que adicionam volume.

 




1924: Vestido em musselina de seda verde-água bordado com pérolas e canutilhos transparentes com interior prateado e lamê prateado.  Forro e faixa de cabeça em lamê dourado.  Doado ao museu pelas irmãs em 1957. (8)

Inverno de 1925/26 (8):

Vestido "Romance" em renda chantilly mecânica, com bordados de "Lesage Brodeur"  com flores de tafetá e musseline coloridas e fios de lã verde e ocre,  composto de duas partes.
A de dentro foi refeita em nylon rosa e  tem uma armação para sustentar a saia.

Etiqueta branca com texto laranja:  "Paris Boué Soeurs New York / 73 Ave.Champs- Elysées 13 West 56th St".

Foi doado ao museu em 05/12/1957 pelas próprias irmãs.

1927 (7):

Em função de seu extensivo uso de rendas feitas à mão e tecidos suntuosos, os vestidos eram muito caros.

Em 1926, The Washington Post perguntou: "How many dollars worth of clothes can a woman wear at one time?" (Quantos dólares em roupas pode uma mulher usar em uma só vez?)

Uma repórter comprou um vestido de noite das Boué Soeurs de veludo branco white com uma saia de renda veneziana, gola contornada por pele de arminho e uma cascata de rosas de fita no ombro esquerdo por dois mil dólares, o que representaria, hoje, $25,000 . No final da sessão de compras, a repórter gastou $53,275 (cerca de $650,000 hoje) em todos os elementos necessários para uma roupa de noite. (5)



1927 (9):

1927 (3):

1928 (11): Brocado de lamê prateado, tule azul, arremate de flores de seda e lantejoulas

 

1928 (3):

1928 (7):

Gostei da idéia do leque preso na pulseira.....

1932:(7)

 

A loja de Paris fechou durante a II Guerra Mundial, mas permaneceu aberta a de Nova Iorque.
Em 1948, reabriram a loja parisiense, mas não alcançaram mais a glória passada.

Sylvie Montégut morreu em 1953. Jeanne  manteve a loja de Nova Iorque por mais 3 anos até que uma doença a forçou a fechar.  Morreu 3 meses depois, aos 81 anos.

A maison fechou completamente em 1957.
(Há locais que mencionam outras datas, 1931 e 1933 que não podem ser, já que há vestidos e anúncios posteriores...)

Ver também:
(1) https://babel.hathitrust.org
(2) http://www.diktats.com/
(3) http://gallica.bnf.fr/
(4) http://hprints.com/
(5) https://tellsweeney.wordpress.com/
(6) https://www.vintagetextile.com/
(7) http://www.metmuseum.org/
(8) http://www.palaisgalliera.paris.fr/
(9) Museu Paulista da USP -  pertenceu a Carmem da Silveira Bettenfeld - fotografia de Hélio Nobre -Tese de doutorado de Rita Moraes de Andrade
(10) http://www.kci.or.jp
(11) http://kent.pastperfect-online.com/34506cgi/mweb.exe?request=record;id=5C9F6D2A-6452-4144-B8B8-737386699090;type=101

http://www.fashionmodeldirectory.com/designers/sylvie-and-jeanne-boue/
http://forums.thefashionspot.com/f116/1899-1935-bou-soeurs-58458.html
https://www.tumblr.com/search/boue-soeurs
http://chloevanparis.blogspot.com.br/2013/02/fashion-history-les-soeurs-boue.html
http://art.famsf.org/search?search_api_views_fulltext=bou%C3%A9
http://blog.fidmmuseum.org/
https://en.wikipedia.org/