Mme Chéruit em gravura de Paul-César Helleu |
Estilista francesa.
Não há muitas informações sobre sua vida mas, aparentemente, teria começado a trabalhar, a partir de 1880, na maison de Ernest Raudnitz.
Ao que tudo indica, com seu talento, aumentou sua importância no negócio, porque, em torno de 1900, as etiquetas desta maison indicavam também os nomes de Chéruit e de sua irmã, Hue, que, alguns anos depois, em 1906, assumiram o controle da maison por inteiro, com 100 funcionários, estabelecida na Place Vendôme, nº 21, em Paris.
Nesse mesmo endereço, mais tarde, após a morte de Madeleine Chéruit, a estilista Elsa Schiaparelli instalou sua maison.
Mme Chéruit foi mencionada por Proust no livro "Em busca do tempo perdido" como sendo uma das quatro grandes, junto com Doucet, Callot e Paquin.
1918 |
O luxuoso salão de vendas da Maison Chéruit no número 21 da Place Vendôme, em Paris - 1910 |
Seu estilo era muito refinado e as roupas eram fabricadas com materiais de grande luxo, motivo porque seus preços eram altos, como indica Proust e, conseqüentemente, suas clientes eram das mais altas classes.
Nas imagens a seguir, algumas das salas de atendimento da maison:
1910 - Maison Chéruit |
Também é citada no livro de memórias do estilista Paul Poiret, que afirmou ter sido ela a primeira pessoa a acreditar em seu trabalho, comprando desenhos seus em 1898:
"Um dia, encorajado por um amigo audacioso, levei uns desenhos para Mme Chéruit, que fazia parte da maison Raudnitz Soeurs. Foi um sucesso; Mme Chéruit quis imediatamente me conhecer, me fez chamar no corredor escuro onde eu esperava sua opinião, e me fez entrar em seu gabinete. Eu jamais tinha visto algo tão perturbador como aquela bela mulher no meio de tantas elegâncias.
Ela era exatamente como a desenhou o buril do gravador Helleu, moldada em um vestido azul, com uma gola muito alta que tomava a forma de seu queixo e se alongava até as orelhas. Deste invólucro saía um pequeno babado branco, que emoldurava seu rosto. O fechamento de seu vestido era invisível. Seus cabelos enrolados atrás de sua cabeça formavam sobre sua fronte uma onda tão sabiamente espalhada que todos os azuis de seu olhar ficavam assombreados.
Atriz Jeanne Eagels - 1921, usando uma capa de tecido dourado sobre um vestido em tule com babado de Madeleine Chéruit |
Em 1912, Chéruit assinou um contrato para produzir, com Lucien Vogel, a revista "La Gazette du Bon Ton", onde publicaria seus desenhos. Seis outras grandes maisons se juntaram ao projeto: Georges Doeuillet, Jacques Doucet, Jeanne Paquin, Paul Poiret, Redfern & Sons e Worth.
Os novos conjuntos para caminhar e os vestidos para tarde se tornaram peças básicas em 1914, e a casa permaneceu aberta durante a Primeira Guerra, embora tenha sido adquirida pelas senhoras Wormser e Boulanger.
Vogue - 1928 |
Chéruit se aposentou em 1923 e morreu em 1935.
lovely blog :)
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